A dor cervical é considerada comum e afeta cerca de 70% dos indivíduos em algum momento de suas vidas (Cagnie et al., 2007). Dados epidemiológicos internacionais indicam que no período de um ano a dor cervical varia entre 17% e 75%, com uma prevalência média de aproximadamente 40% (Fejer et al., 2006).
Depois da lombalgia, a cervicalgia é considerada, em todo o mundo, como a causa mais frequente de consultas médicas e os índices de afastamento do trabalho são semelhantes (Binder, 2007).
Sabe-se que atualmente grande parte da população sente dores na região cervical e muitos são os fatores que predominam para o aumento destes índices. Diariamente recebemos em nosso estúdio alunos com queixas de dores na região cervical, e na maioria das vezes, observamos que este sintoma possui um impacto relevante na qualidade de vida destas pessoas.
Portanto, antes de prescrever um programa de exercícios para alunos que apresentam este sintoma, é necessária uma análise postural, estática e dinâmica, para melhor adaptação e instrução dos exercícios utilizados do repertório.
Pilates têm sido amplamente utilizado para melhorar condicionamento físico e reabilitação em geral (Critchley et al., 2011), sendo comumente prescrito para pacientes com dor lombar crônica (Natour et al ., 2015; Wells et al., 2014). Em relação à dor cervical, foi encontrado na literatura somente um estudo piloto envolvendo a utilização deste método no solo para tratamento destes pacientes (Mallin, Murphy, 2013).
Existe uma constante busca por intervenções que possam contribuir no tratamento desta síndrome, no entanto, é importante ressaltar que o método Pilates é pouco estudado no contexto científico nestes pacientes.
Desta forma, ao prescrever um programa de exercícios de Pilates para alunos com dor cervical, é indicado que sejam realizadas as adaptações dos exercícios do repertório através da abordagem moderna, evitando desta forma possíveis efeitos adversos relacionados à prática do Pilates. Sinais clínicos como limitações de movimentos da coluna cervical e torácica superior, dores de cabeça e dor irradiada para membros superiores devem ser levados em consideração ao elaborar o programa de exercícios.
Fonte: Revista Pilates