A doença de Parkinson (DP) é uma doença degenerativa do sistema nervoso central (SNC), descrita pela primeira vez por James Parkinson em 1817 (STOKES, 2000), sendo que sua patogenia foi definida cerca de 100 anos depois. Ela atinge aproximadamente 1% da população com mais de 55 anos de idade. Nos 10 anos que sucedem o início da DP, 60% dos pacientes diagnosticados apresentam incapacidade severa ou foram a óbito (COHEN, 2001).
Ás vezes, os primeiros sinais e sintomas são incaracterístico: perda da agilidade para os atos motores da vida diária, dores do tipo reumáticas, queixa de pernas amarradas, fraqueza muscular, lentidão para caminhar e para as outras atividades; como geralmente a DP afeta pessoas acima dos 50 anos, esses sinais iniciais podem ser confundidos com o envelhecimento fisiológico normal e o diagnóstico correto pode demorar a chegar. No entanto, quando a síndrome está plenamente desenvolvida, seus sintomas são clássicos e inconfundíveis, caracterizados pela presença de bradicinesia, rigidez muscular e tremor (O’ SULIVAN; SCHMITZ, 1993).
Do ponto de vista fisiopatológico, as alterações mais importantes envolvem áreas específicas do SNC conhecidas como substância negra e gânglios da base, diminuindo a ação de um neurotransmissor chamado dopamina.
Essas alterações devem-se ao processo degenerativo das quais elas são vítimas e sua etiologia ainda é obscura, havendo causas variadas como a genética, encefalites, processos de arteriosclerose, intoxicações e traumas. Independente da causa, a DP ainda é uma doença que não tem cura (NITRINI; BACHESCHI, 2003).
O paciente com DP tem que conviver com a evolução da doença; depois de feito o diagnóstico, o tempo de sobrevida irá variar entre 10 a 20 anos, sendo que nesse período a DP irá impor aos pacientes restrições diárias e um maior grau de morbidade.
Como comprometimento mais visível, além do tremor, será ao deambular uma vez que o indivíduo o faz como se fosse um bloco, com o tronco inclinado para frente, como que à procura de seu centro de gravidade (SANVITO, 1997).
Todos os tratamentos aos quais são submetidos não são com o objetivo de cura, mas sim se preocupam com a qualidade de vida que o paciente poderá ter durante o longo caminho em que estará com DP; no tratamento, são utilizadas drogas, sendo a mais conhecida a levodopa, para diminuir e/ou retardar o aparecimento das manifestações clínicas. Atualmente, a fisioterapia vem sendo muito aplicada neste pacientes, pois desta forma podemos melhorar as atividades de vida diária, treino de marcha, postura, equilíbrio, coordenação motora global e motora fina e na prevenção de problemas respiratórios, entre outros que serão discutidos ao longo do trabalho (UMPHERD, 2004).
O trabalho adequado deve envolver uma equipe multiprofissional composto pelo médico, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, fonoaudióloga e psicóloga. Mas o elemento humano mais importante nessa caminhada é a informação, principalmente para os familiares que terão que cuidar e conviver com seus queridos pacientes cada vez mais dependentes (STOKES, 2000).
Essa não é uma caminhada fácil para nenhuma das partes envolvidas, mas hoje existem muitas possibilidades de manutenção da independência dos pacientes, nas técnicas de reabilitação, nos medicamentos e nas pesquisas para encontrar, se não a cura, pelo menos o controle mais eficiente dessa doença e conseqüentemente melhor qualidade de vida para os pacientes com DP (CAMBIER, 1988).